Peter Keetman foi um fotógrafo alemão fundador do estilo fotoform. Se destacou por suas obras na fábrica da Volkswagen, que retratou de forma peculiar, com ênfase em perspectivas diferentes e novos padrões e grafismos que se encontravam em segundo plano. A sua jornada artística se mostra diferente na medida em que passa a percepção de uma realidade em escalas e representações diferentes, com repetições, ângulos, linhas e volumes que estimulam visualmente o espectador sem necessariamente mostrar a totalidade do objeto. O porquê da escolha dessa foto se dá pela sua proximidade do alvo fotografado e nos tira, em primeiro momento, a percepção de qual o objeto fotografado, uma calota de carro, e também há um bom estímulo visual por parte das curvas e jogo de sombras e reflexos. |
Maureen Bisilliat foi uma artista muito marcada pela sua infância desenraizada, momento em que morou em 5 países, além da Inglaterra. Em 1953 mudou-se para São Paulo como estudante de pintura, no entanto, passou a se interessar pela fotografia diante da influência de seu primeiro marido. Após algumas temporadas no exterior, Maureen retornou ao Brasil e abandonou por completo a pintura e passou a se dedicar a fotografar. Nesse período, teve contato e se inspirou em grandes escritores brasileiros, como Jorge Amado, Guimarães Rosa e Mario de Andrade. Seu trabalho demonstra um apoio conceitual na antropologia, um equilíbrio entre seu olhar estrangeiro e seu respeito à cultura brasileira e uma investigação profunda da alma do país expresso em seus temas abordados: sertanejos e indígenas. A fotografia escolhida chamou a atenção do grupo na medida em que é muito representativa da vida sertaneja, um dos núcleos temáticos de Maureen, ao mesmo tempo em que à retrata ressaltando o claro e escuro e um enquadramento marcante, características bastante presentes em seu trabalho herdadas de sua carreira na pintura e seu fascínio expressionista. Assim, o movimento da água, a figura humana, os animais e o sol no horizonte, trouxeram à fotografia um contraste de sombras e luzes bem interessantes, que nos surpreendeu de forma positiva. |
Mario Cravo Neto nasceu em 1947 em Salvador, na Bahia, e seu gosto pela arte começou com seu pai, que era artista plástico. Sua trajetória no mundo da fotografia e das esculturas de metal teve inicio em uma viagem para Berlim acompanhando o pai em uma residência artística de um ano em solo alemão. Obteve muito êxito no ramo das esculturas, mas teve muita visibilidade no exterior com a fotografia, realizando exposições individuais e participando de coletivas nos Estados Unidos, Europa e África. Cravo Neto passou um período em Nova York e se dedicou a fotografar as ruas e os prédios da cidade americana. Com seu retorno para o Brasil, continuou com esse mesmo processo, mas dessa vez nas ruas da capital baiana, até que em 1975 sofreu um acidente de carro e seu trabalho fotográfico nas ruas foi paralisado. Impossibilitado de fazer esse tipo de foto, o baiano se dedicou a fotografar conhecidos que o visitavam enquanto se recuperava do acidente. A Bahia com sua forte religiosidade do candomblé e do catolicismo também influenciaram os trabalhos de Mario Cravo Neto. A foto foi escolhida porque traz um efeito de divisão entre a sombra e a luz, visível na relação entre o ovo e o rosto, além de um tom escuro ao fundo, dando a impressão de um trabalho de fotografia muito bem elaborado. |
A fotógrafa Susan Meiselas nasceu no estado de Maryland, Estados Unidos, em 1948, estudou na faculdade Sarah Lawrence College e posteriormente fez mestrado em educação visual na Harvard University. Recebeu em 1986 um Doutorado Honorário em Belas Artes da Escola de Parsons e do Instituto de Artes de Boston em 1996. Susan trabalhou e prestou serviços em empresas multinacionais de fotografia como a Magnum Photos e a Polaroid, além disso, lecionou neste mesmo ramo em escolas públicas de Nova York. As fotografias da estadunidense estão ligadas a movimentos sociais, regionais e acontecimentos históricos, como foi o caso de algumas fotografias tiradas durante os ataques terroristas em Nova York em 2001. Em mais de 40 anos de trabalho no fotojornalismo, a americana co-dirigiu filmes, fez vídeos e tirou fotos marcantes de registros históricos e de vivências de povos pelo mundo. A fotomontagem retratada foi escolhida devido ao paralelo entre duas visões, a do olho humano e a da lente da máquina fotográfica, pois é possível chegar à ideia de que ao se fotografar algo, duas visões se transformam em uma só, ou até pode-se pensar na questão de uma visão humana aprimorada, pela introdução de mecanismos de aproximação das câmeras digitais. |
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