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Texto sobre a dinâmica de Sintegração

O primeiro tema da dinâmica de Sintegração foi discutir a relação das lógicas finalística (destino/ religião/ previsibilidade), causalística (doutrina do progresso/ desenvolvimentismo/ positivismo/ determinismo) e programática (abertura para o acaso, indeterminismo, incerteza) com as novas tecnologias e com as possibilidades de virtualização e potencialização. Nessa primeira rodada fui um dos debatedores e pude trazer uma relação entre a religião e as tecnologias, quando citei o uso de mídias sociais por parte de igrejas brasileiras para propagar atividades semanais, como cultos, missas e festas principalmente durante o momento da pandemia de Covid-19. Além disso, o nosso grupo pode debater também sobre a indústria, mais precisamente a da telefonia móvel, que está em constante evolução a cada dia. Todavia esse comércio acaba resultando em um ambiente segregador, onde algumas pessoas não possuem condições de compra desses meios digitais, que na maior parte das vezes tem um alto valor, enquanto outras pessoas têm condições monetárias favoráveis para adquirir tais produtos e terem um acesso antecipado a certas tecnologias e estarem a "um passo a frente" dos outros no quesito tecnológico. Desta primeira rodada pude fazer uma boa análise de como os meios digitais podem ser favoráveis em certas situações do cotidiano, mas ao mesmo tempo podem revelar um grande abismo que temos em relação ao acesso às tecnologias atuais entre as pessoas de diferentes classes econômicas pelo Brasil e pelo mundo.

O segundo tema da dinâmica foi discutir a interatividade interativa e a interatividade não-interativa exemplificando com "objetos" (quase-objetos ou não objetos), espaços e situações do cotidiano. Nessa parte da dinâmica eu fui um dos críticos, mas pude ver que o grupo trouxe muitas ideias relacionadas ao texto do Ferreira Gullar, trazendo exemplos sobre a relação dos objetos e suas características já determinadas com o meio e por outro lado os não-objetos, com suas múltiplas significações com o expectador. Pude trazer para a discussão do grupo, a relação entre objeto e não-objeto na arquitetura, relação influenciada pelo texto do Husman Haque, quando por exemplo: temos um projeto para construção de uma praça pelo Estado, que costuma já ter posse de um projeto pronto e pensado apenas por arquitetos e engenheiros, que nesse caso seria o nosso objeto, que não muda e já está determinado. Por outro lado, infelizmente não temos, mas poderíamos ter, a opinião do cidadão/morador sobre como ele gostaria que fosse feita essa praça, que nesse caso entraria a ideia de não-objeto, quando a pessoa poderia fazer parte da elaboração da obra, resultando em uma moradia que teria muito mais significação para o habitante. No geral consegui ter vários pontos de vista sobre a relação objeto e não-objeto no cotidiano.

O terceiro tema da dinâmica foi sobre discutir as possibilidades do programático, do acaso e a abertura para a interação dialógica. Desta vez eu estava como observador, e o grupo trouxe várias ideias sobre o acaso e a interação dialógica no ambiente de elaboração de projetos de construção civil, em que podem resultar em grandes benefícios para o habitante. Mesmo como observador, pude trazer um exemplo relacionado ao tema, feito durante as aulas de AIA, quando fizemos os objetos de dobra, corte, luz e sombra, e tinha ideias já concretas sobre a elaboração do objeto, mas com o tempo fiz alguns movimentos aleatórios com o item e consegui encontrar novas ideias ao acaso. Nessa rodada, por meio dos exemplos dos colegas foi possível ver que tanto na arquitetura, quanto nas artes o acaso pode ser um fator de extrema importância para a fomentação de ótimos e interessantes resultados.

A última rodada da dinâmica foi sobre discutir a relação função/sentido do objeto no mundo em contraponto à abertura do não-objeto. Nesta rodada fui um dos debatedores e trouxe para a discussão um pouco da história da arte, quando relacionei o dadaísmo com a ideia de objeto, pois foi uma vanguarda que apresentava objetos de uso cotidiano fora de seu contexto e sem uma significação. Por outro lado me referi ao movimento do neoconcretismo, com obras de Hélio Oiticica e Lígia Clark, em que era possível ver várias formas de significado e interação entre obra e observador. Os outros colegas também trouxeram exemplos dessa relação objeto e não-objeto na literatura, quando temos certos temas de leitura em que podemos explorar mais de suas ideias e ter múltiplas interpretações sobre o assunto abordado. No geral foi um debate bastante importante, pois como citei, trouxeram uma visão da literatura relacionada ao tema proposto que eu nunca tinha pensado e achei bastante interessante, além da possibilidade que tivemos de fazer muitos paralelos entre a temática da quarta rodada de debate e as artes visuais.















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